quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

DICA N° 32 - Como lidar com as limitações de sua tessitura.

Seguindo o tema do post anterior, mais focado na performance do vocalista, achei interessante criar um post  especificamente sobre limitações de tessitura.
Tessitura é simplesmente o alcance da voz, do mais grave ao mais agudo. 
Muitos vocalistas no underground apresentam limitações de tessitura para suas próprias músicas.
Lembrando que a grande maioria dos vocalistas masculinos são barítonos ( que cantam melhor os tons médios) e que o Heavy Metal e a grande maioria das suas subdivisões pedem tons mais agudos, ou seja, cantores classificados como tenores.
Porém caso seja um barítono, ou mesmo um tenor, e não tenha o alcance necessário para emitir a nota que a melodia da canção exige, existem alguns macetes que ajudam muito o cantor a soar bem e profissional.

IMPORTANTE -  TODOS...absolutamente todos os cantores tem limitações de alcance , seja para o grave ou para o agudo, então ser limitado não é uma característica negativa e sim uma caraterística de qualquer ser humano. 
Apesar deste post focar mais nas notas agudas, existe também a mesma problemática quando se fala de notas graves. O importante é ter consciência da nota que se quer alcançar, da melodia vocal que se pretende e acima de tudo, ter bom senso em cantar algo que condiga com a proposta da música e da banda.

SUGESTÃO - existem três macetes que funcionam melhor nas hipóteses destas limitações de alcance vocal.
1 - Cantar o trecho o qual não alcança determinada nota com outra empostação. ( empostação é a forma como ao cantar se projeta a voz , basicamente, é o lugar do corpo onde se apoia a voz para emitir as notas ao cantar). Um exemplo muito bom deste macete, é o vocalista Udo Dirkschneider (U.D.O, ex-Accept) quando canta notas mais graves ele usa sua voz com uma determinada empostação mais "comum" empostando-a no peito, porém quando vai cantar as notas agudas, usa a empostação na garganta, Empostação essa que o consagrou com aquela "voz de pato" rouca e agressiva.
2 - Dar ao trecho o qual não se alcança alguma nota, uma outra interpretação. Variar oitavas ou mudar a linha melódica ao cantar tal trecho, e assim adaptar uma frase diversa da que foi originalmente composta. 
Um grande exemplo deste macete é o vocalista do Blind Guardian, Hansi Kürsch não conseguindo cantar os agudos como antigamente cantava usa justamente este recurso. Ao vivo, onde eram cantadas as notas mais agudas em músicas como The Script For My Requiem, executa tal trecho cantando com uma voz suave e grave mas perfeitamente afinada e coerente com a  música.
3 - Cantar a música em tom ou afinação diversa da que fora composta. Muitas vezes o vocalista não alcança determinada nota na melodia, porém a alcançaria o mesmo intervalo de notas se esta melodia for transposta para outra afinação ou tom, neste caso basta transpor a música.
Os maiores exemplos deste recurso são Kai Hansen e Ripper Owens, que não tendo o mesmo alcance de Michael Kiske e Rob Halford, cantam as músicas gravadas originalmente pelos mesmo em outra afinação. 



* lembrem-se que apenas digito dicas e sugestões, não sou dono da verdade e apenas escrevo minha opinião, a melhor dica sempre será usar o bom senso na hora de preparar o show de sua banda !        


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

DICA N°31 - Saiba usar a própria voz

***** O Opuz Metallum ficou alguns meses inativo. Infelizmente isso ocorreu devido a uma inesperada mudança de rotina que afetou o tempo livre que eu usava para manter o BLOG sempre atualizado, este ano penso que poderei ao menos atualiza-lo com novas dicas , no mínimo, semanalmente ****

O vocalista sempre será a principal figura a frente da banda, é já seu solista principal (afinal a parte cantada nada mais é que a linha melódica da música), mas principalmente é a personalidade sonora do conjunto e a principal figura de interação da banda com o público.
É frequente no underground vocalistas que não tem estudo ou real domínio das técnicas vocais, sendo geralmente melhores interpretes do que cantores de fato. Não que seja negativa tal característica, pois o show, bem como a música, são também uma forma de interação, ser um bom interprete vale mais do que dominar uma vasta gama de técnicas.
O ponto desfavorável das bandas está justamente nesta falta de técnica compensada pela performance interpretativa. A música por mais que permita notas fora de tonalidade, nuances rítmicas e até mesmo notas "desafinadas", tudo isso deve ser colocado de forma a soar coerente com a canção.
A música deve soar uniforme, mesmo os estilos mais extremos, que exigem gritos mais guturais e menos melodiosos, devem obedecer à formula da coerência. Acima de tudo a música da banda deve ser agradável de ouvir e isso só ocorrerá se a música soar uniforme.
Esta uniformidade retro mencionada é alcançando quando se observa todos os instrumentos dentro do mesmo tom, mesma afinação e mesmo ritmo (àqueles que argumentarem sobre bandas que tocam com instrumentos desafinados ou em tons e ritmos diferentes lembrem-se que até nestas hipóteses existem padrões a serem estabelecidos, como por exemplo, o contraponto modal).
Enfim quanto aos vocalistas, por sua posição de destaque, são os primeiros a serem percebidos pela audiência quando não soam uniformemente com a banda.

IMPORTANTE - A falha mais comum nos eventos underground são as frases atonais (fora do tom), porém existem diversas outras falhas que ocorrem comumente, por exemplo: Erros de tempo (ritmo), erros de dinâmica (enfase ou falta de enfase em determinadas notas), desafinadas (principalmente quando se grita ao invés de se emitir uma nota agressiva), mordida inadequada (quando a emissão da nota pelo vocalista não orna com a música) e pior do que as demais , a falta de interpretação (quando o vocalista canta uma música sem o entusiasmo ou sem o envolvimento que a canção pede ao ser executada).

SUGESTÃO - Sempre é bom poder estudar canto, seja popular ou lírico. Caso não tenha disponibilidade para tal estudo, converse com os músicos da banda sempre buscando dicas de teoria e técnicas que podem ajudá-lo. afinal, para tocar os demais instrumentos sempre se precisará de uma noção mínima sobre teoria musical.
É também importante aceitar críticas e saber ouvir, pois muitas vezes apontar algo que não está bom, é o principal passo para melhorar e evoluir. É interessante gravar os ensaios, mesmo que com um parelho celular, para poder se ouvir depois com atenção. 
Uma sugestão simples e usual é procurar video aulas no Youtube, existem algumas muito boas e que podem consideravelmente guiá-lo a uma boa evolução. Por final, nos ensaios, busque sempre perguntar aos demais músicos e, quando houverem, aos amigos que lá estão presentes se o som ficou bom e onde acham que pode melhorar. Muitas vezes o ouvido leigo do expectador instintivamente torna-se o melhor indicador do que soa  bem e correto e do que não soa.




* lembrem-se que apenas digito dicas e sugestões, não sou dono da verdade e apenas escrevo minha opinião, a melhor dica sempre será usar o bom senso na hora de preparar o show de sua banda !